O Natal muda quando a gente cresce
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Não consigo me lembrar de cabeça qual foi a última vez em que realmente fiquei feliz durante as festas de fim de ano. Apesar de até gostar, aquele espírito natalino parece ter me deixado faz tempo. Hoje tudo soa mais como um motivo para reunir familiares que mal vejo ao longo do ano — pessoas de quem gosto, claro, mas com quem não me sinto tão animado a investir tanta energia nessas festividades.
Talvez isso seja um reflexo da depressão. Ou talvez eu simplesmente tenha mudado — não sei dizer se para melhor ou pior. Mas, desde que meu filho nasceu, tenho me esforçado mais. Quero que ele tenha lembranças bonitas das noites de Natal, assim como eu tive quando era criança.
Eu adorava o mês de dezembro, as luzes, as músicas, os presentes, os comes e bebes, minha família. Era tudo tão grande e mágico. Mas isso já ficou distante, e agora sou eu quem ocupa o papel de pai, com uma criança que escreve cartinhas para o Papai Noel.
Essa responsabilidade agora é minha — e, por isso, quero muito que ele aproveite cada momento: as festas, a família, a expectativa de algo especial.
Fico feliz por vê-lo feliz, e acho que isso já me basta.
Tenho uma vida pela qual não posso reclamar. Estou em um emprego estável, não ganho mal, e finalmente vivo um momento em que posso, pela primeira vez, pensar seriamente em ter minha casa própria. Claro, ainda existem obstáculos no caminho, mas, no geral, a vida tem sido boa comigo.
Acredito que estar vivo e com saúde já é algo a ser comemorado — e que melhor data para isso do que as festividades de fim de ano, ao lado da família? Talvez o que eu realmente queira dizer é que o espírito natalino muda quando envelhecemos. Ele deixa de ser aquele encantamento infantil, mas isso não significa que ele deva ser a força que nos reúne.
A vida pode ser boa, mesmo sem grandes celebrações. Estar cercado das pessoas que amamos, talvez presentear quem queremos bem, já é motivo suficiente para comemorar.
No fim das contas, estar vivo é, por si só, uma razão para celebração.
Então… comemoremos.
Feliz Natal a todos!
Sobre o Autor
Diogo escreve sobre o que sente, vive e aprende, transformando experiências comuns em reflexões sobre presença, tempo e significado. Apaixonado por jogos, música e cinema, encontrou na escrita um modo simples e verdadeiro de se conectar com as pessoas — longe das telas, mais perto da vida real.

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